sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A volta de quem não foi


Robinho está de volta. Ontem, foi anunciado o retorno do jogador ao Santos Futebol Clube, equipe que revelou o craque aos gramados brasileiros. Mesmo com a empolgação que gira em torno dos eufóricos santistas, se analisarmos bem, isso realmente foi um retorno?

Robinho despontou como grande jogador no fabuloso time do Santos campeão brasileiro em 2002. Junto com ele, aquela equipe ainda tinha o jovem Diego – atual camisa dez da Juventus da Itália -, Renato – volante do Sevilla da Espanha -, Paulo Almeida, Elano, Léo, etc. Mas, mesmo com um elenco interessante, quem mais chamava a atenção era aquele atacante franzino, que driblava de um lado para o outro e encantava até o torcedor adversário.

Lembro-me bem da primeira vez que fui ao estádio ver o Peixe de Robinho e companhia enfrentar o São Paulo, no Morumbi. Era fantástico! Tão empolgante que a cada ataque dos meninos da Vila só me restava apreciar e, às vezes, torcer para que aquele futebol maravilhoso não encontrasse as redes e sacramentasse a vitória do alvinegro praiano. Realmente, torcer contra não adiantava!
Robinho fez voltar o sonho do brasileiro em acreditar que depois de Pelé, teríamos um jogador que faria o futebol voltar a ser o que era antes: Obra de arte. Com destaque abundante, não demorou muito para que o jovem despertar-se a atenção dos grandes clubes europeus. E foi assim que o nome e os dribles de Robinho foram apresentados ao Real Madri.

Lá, era o lugar certo para ele brilhar. Um time recheado de estrelas: Ronaldo, Roberto Carlos, Raúl, Zidane e David Beckham, entre outros. Mas nem isso ajudou o craque a desenvolver o mesmo futebol apresentado no Brasil. Até que nas primeiras partidas ele até se destacou, mas, com o andar da carruagem, o banco de reservas se tornou amigo inseparável de Robinho.

Ai veio à mudança. Mesmo com o futebol em baixa, Robinho ainda era Robinho. Surgiu o interesse do Manchester City, clube inglês de pouca tradição, que foi comprado por um milionário que prometeu montar uma equipe forte para os próximos anos. Poderia ser a nova chance do garoto de ouro da
Baixada Santista brilhar na Europa.

Começou tudo mil maravilhas. Logo na estréia contra o Chelsea, até então comandando por Felipão, Robinho deixou sua marca. Um gol de falta, com um leve desvio na barreira. O final do jogo não importava (3 a 1 para o adversário). O legal foi ver o sorriso voltar a brilhar no rosto daquele que sempre foi adorado pelos torcedores do mundo inteiro.

Eu confesso que graças à ida de Robinho para o futebol inglês, comecei a acompanhar mais aquele campeonato. Assisti várias partidas do City, e aos poucos notei que nem mesmo a arte era capaz de superar o futebol força imposto pelos ingleses. Digo isso por que a arte de Robinho barrava na solidão do craque em campo. O City era uma verdadeira bagunça. Apenas Robinho e Ireland – volante habilidoso e com boa visão de jogo – conseguiam efetuar jogadas naquela equipe de futebol, demasiadamente, melancólico.

O tempo foi passando e o Manchester contratando. Trouxe Given, Bellamy, Adebayor,Tevez, Silvinho... Enfim, agora seria a chance de Robinho atuar ao lado de grandes craques novamente, certo? Nada disso! Ao invés dele ser considerado peça chave, foi deixado de lado, ou seja, Robinho voltou à sua amizade com um companheiro de Real Madri: o banco de reservas.
Não foi uma escolha deixar o craque no banco, pois suas atuações deixavam a desejar. Sempre que entrava em campo, não conseguia jogar bem, nem mesmo as belas jogadas, que tanto encantava, apareciam.

E ai voltou à mesma situação enfrentada em Madri. E agora? De quem foi à culpa? Resposta: do próprio Robinho. O jogador não demonstrou vontade no City, e, consequentemente, perdeu espaço.
Na última quarta-feira, houve o clássico entre Manchester United e Manchester City. Uma partida fabulosa. Não há adjetivos suficientes para classificar, para mim, o melhor jogo dos últimos anos.

Assistindo ao espetáculo proporcionado pelas equipes em campo, pensava em como seria se Robinho estivesse jogando. Peguei o jogo no segundo tempo, enquanto ainda estava 0 a 0. Durante a semana, era comentada a possível participação de Robinho na partida, porém, seria sua despedida antes de voltar ao Santos.
Vendo o jogo e torcendo pela entrada de Robinho, fui surpreendido com a informação dada pelo comentarista, Robinho nem no banco ficou. Pois bem, final de partida, grande vitória do United (3 a 1), mas, ficou a decepção.
Como um jogador pode se acovardar diante de uma partida como aquela, e preferir, o quanto antes, voltar ao seu País de origem e atuar contra Mogi Mirim, Ituano, Rio Claro, etc.

Está estampado na capa de grandes jornais: Robinho volta ao Santos!
Acho que o certo seria: Depois das férias, Robinho volta ao Peixe!
Pois jogar futebol, realmente, não foi o que Robinho fez enquanto esteve na Europa!


Boa sorte dessa vez!

Um comentário:

  1. Resumindo, bom pro clube que faz um P* marketing e bom pra ele, que volta ganhando absurdos pros padrões de salários brasileiros!

    JU

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